
Quintal em si
Há quem carregue um quintal dentro de si.
Não feito de terra e árvores, mas de ideias, de pulsações, de mundos que florescem onde poucos ousam olhar.
Gente que não é diferente só para ser diferente — porque isso, no fundo, é só outra forma de repetir o mesmo.
É uma diferença que não se veste, vive-se.
É a vontade crua de acrescentar ao mundo algo que ainda não existe.
É arte sem palco, personalidade sem moldura, irreverência sem espetáculo.
É ser-se uma só, mas inteira.
Quem traz esse quintal não precisa de permissão.
Não espera aplauso, nem se rende ao aplauso fácil.
Planta ideias que rompem o chão duro dos dias comuns.
Cuida de si com a mesma atenção com que cria.
Porque sabe que ser é o primeiro ato de criar.
E no silêncio entre uma palavra e outra, entre um passo e um salto,
há sempre espaço para mais um gesto sincero, mais uma cor no muro, mais uma verdade dita com os olhos.
Este texto é para quem vive com essa urgência de ser casa e mundo,
de ser raiz e voo,
de ser quintal —
em si.
FEITO E PRODUZIDO ORGULHOSAMENTE EM PORTUGAL